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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

http://fechandoziper.com/blog/desvendando-rotulos/aguas-minerais-tanto-faz-a-marca-certo/

Águas minerais: tanto faz a marca, certo?

garrafinha de agua
Errado!!!
No geral, a gente tem a tendência a achar que água é sempre igual e que tanto faz qual marca comprar! Porém, isso não é verdade!
Vai dizer que você não acha que é a pessoa MAIS SAUDÁVEL quando opta por água ao invés de refrigerante no restaurante?
Mas, você já reparou na quantidade de sódio das águas minerais? Tem água com mais sódio do que refrigerante!
As leitoras ManúCandice Luiza pediram que fizéssemos uma avaliação comparativa sobre as águas minerais:
Já observaram que algumas têm quantidade muito alta de sódio? A Cristal da Coca-cola, tem um valor considerável.
Acho que seria interessante apresentar uma tabela demonstrativa. Percebo que muita gente tem essa dúvida, posso colaborar com alguns rótulos.
Percebo também que algumas empresas estão investindo na propaganda e rótulos, com muitas promessas.
Moro próximo a fábrica da àgua Sarandi, trouxeram até um médico para palestrar sobre água, a matéria foi veiculada em jornais e revistas da região, com promessas absurdas, associando essa marca como sendo a melhor, segundo ele tem poderes quase curativos! Já vi muitas reportagens tb na internet, não associando a marca, mas especulando o assunto.
Inspiradas nisso, hoje falaremos sobre a diferença das águas minerais do mercado!
Em uma visita ao supermercado, encontramos as seguintes águas minerais. Destacamos o teor de sódio de cada marca:
 sodio em agua mineral
A quantidade de sódio apresentada está para 1 litro de cada água. Considerando que devemos beber em torno de 2 litros de água, se tomarmos a água Crystal, da Coca-Cola, ela contribuirá com mais de 10% da quantidade máxima de sódio diária, enquanto que a da marca Nestlécontribuirá com 0,3%!
agua
É… A diferença é INCRÍVEL! Que os produtos industrializados são tão cheios de sódio, nós já sabemos… Mas, da água nós normalmente não desconfiamos, não é mesmo?
Por lei*, a água mineral natural deve conter no máximo 200 mg/L de sódio, enquanto que a água envasada adicionada de sais não pode exceder 600 mg/L. Então, nenhuma das águas acima atinge esse valor, mas quanto menos sódio, melhor!
Fique de olho! É recomendável o consumo de água mineral com baixo teor de sódio (< 5 mg/L).
excesso de sódio na nossa alimentação, de uma maneira geral, causa a retenção de água para dar conta de diluir a quantidade de sódio. Com isso, as artérias ficam com volume maior e aumenta a pressão.
O aumento da pressão arterial está vinculado ao acidente vascular cerebral (AVC) e é a primeira causa de morte. Só no Brasil, o número de vítimas fatais por AVC chega a quase 100 mil pessoas: passou de 84.713, em 2000, para 99.726, em 2010.**
Conversamos também com o Geólogo Sandor Grehs sobre o pH dessas águas e sobre o consumo de água de torneira.
Ainda a respeito do teor de sódio, uma curiosidade sobre a água mineral Crystal que ele nos conta é que a comercializada no Sudeste do país é diferente da que consumimos no Rio Grande do Sul, pois isso depende da fonte utilizada***. A do Sudeste do país indica 38,29 mg/L de sódio, diferentemente do teor 103,6 mg/Lque demonstramos na figura. A explicação é que a comercializada no Sul do país é na realidade a Fonte Ijuí que foi adquirida pela Coca-Cola.
Então, mesmo dentro da mesma marca, há diferenças dependendo da fonte de água. Por isso, é importante conferirmos os rótulos! Vejam a diferença entre a água enviada pelo leitor Eduardo e a leitora Giulianna:
diferenca fonte agua crystal
Em relação ao pH, o Sandor exemplifica:
“No caso da Fonte Ijuí o pH é 9,8 o que caracteriza uma água alcalina a qual éadequada para consumidores com incidências de gastrite e de azia. No entanto, oconsumo permanente dessa água pode levar a problemas de pedras nos rins devido ao oxalato de cálcio. Situação similar é a da Fonte Sarandi, bicarbonatada sódica, e pH 9,32.”
Salienta também que:
“É importante destacar as águas minerais com oligoelementos tais como LÍTIO, presente nas águas minerais Fontes de Belém e Versant, são importantes para o equilíbrio mental. O FLUOR até 1,5 mg/L é importante para a prevenção de cáries na dentição humana. A classificação das águas minerais e seus impactos econômicos podem ser conhecidos pela leitura das referências.”****
E se tomarmos água da torneira? Temos que ferver?
“Com relação a água de torneira, ou seja, distribuída pela rede de abastecimento público, cabe ressaltar que pode ocorrer excesso de incidência de CLORO que é reconhecidamente cancerígeno. A fervura da água minimiza tal efeito.
Nos anos 1980-1990 a distribuição da água em Porto Alegre indicava pH entre 4,5 e 5,0, ou seja, muito ácida e fora dos padrões das normas técnicas, o que ocasionava corrosão da tubulação da rede pública, potencializando a incorporação de metais pesados danosos à saúde humana. Como a tubulação antiga e metálica continua a ser utilizada, existe a possibilidade de persistência de tal risco. Essa é a razão pela qual devemos utilizar água mineral para consumo cotidiano, enquanto que a água da torneira, para banho e limpeza.”
Logo, fiquem espertos para a escolha da água mineral! Fiquem de olho tanto no teor de sódio (quanto menos, melhor) quanto no pH (para pessoas saudáveis, entre 6,5 a 7,5), principalmente, dessa água!
E aí, já reparam nesses aspectos da água que vocês consomem diariamente?

Atualização em 05/01/2014

Recebemos o seguinte esclarecimento da Vonpar:
Esclarecimento para imprensa sobre sódio em Crystal, Fonte Ijuí
Como as demais marcas de água mineral do mercado, Crystal, Fonte Ijuí, não é fonte relevante de sódio. Todos os minerais presentes não fazem mal à saúde e são naturalmente encontrados na água, tal como é retirada da fonte. A legislação brasileira não permite a adição ou a retirada de qualquer substância da água mineral: o produto deve ser engarrafado com as mesmas características encontradas na natureza.
A presença de sódio é uma característica natural de nossa água, em função da composição do solo da região onde está localizada a fonte. O teor de sódio é de aproximadamente 100 mg/L., o que é comparável às concentrações em alimentos classificados como “baixo em sódio” pela Anvisa. Para ultrapassar o valor diário de referência de sódio estabelecido pela Anvisa – 2.400 mg –, uma pessoa teria que tomar mais de 23 litros de água Crystal, Fonte Ijuí, por dia.
Apesar de o teor de sódio da Fonte Ijuí ser maior do que o de outras fontes, isso não é motivo de preocupação porque água mineral não é fonte relevante de sódio. A quantidade de sódio presente em Crystal, Fonte Ijuí, não provoca retenção de líquido no organismo de pessoas saudáveis ou aumento de pressão arterial, e tampouco é capaz de aumentar a sede. Pelo contrário, ela mata a sede, auxilia na hidratação e, portanto, é uma ótima opção para ser consumida a qualquer momento.
pH
O pH da água mineral Crystal, Fonte Ijuí, de 9,5, está dentro da faixa recomendada para água potável pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que varia de 6,0 a 9,5. Além disso, o pH não é parâmetro relevante para definição do seu perfil de qualidade. As alegações nutricionais baseadas no pH dos alimentos não têm fundamento científico.
O equilíbrio do pH em nosso organismo é feito naturalmente por uma série de substâncias e mecanismos, impedindo variações produzidas por alimentos que ingerimos (ácidos ou alcalinos) ou por compostos que se formam durante o metabolismo normal. Nosso organismo é extremamente complexo e nos permite ter uma dieta amplamente variada. Por isso, todos os alimentos e bebidas, independente do seu pH, podem ter lugar numa dieta sensata e equilibrada.

Referências Bibliográficas:
*Resolução RDC nº 274, de 22 de setembro de 2005.
**Ministério da Saúde. Portal da Saúde. AVC: governo alerta para principal causa de mortes.
***http://www.aguamineralcrystal.com.br/produtos.html
****Queiroz, Emanuel Teixeira de. Águas Minerais do Brasil: Distribuição, Classificação e Importância Econômica. Brasília: Departamento Nacional de Produção Mineral, Diretoria de Desenvolvimento e Economia Mineral, 2004.
Profissional entrevistado: Sandor Arvino Grehs, Geólogo, Doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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