1987, o ano que milhares de latas recheadas de maconha apareceram no litoral brasileiro: "O verão da lata".
"O veneno da lata" começou em setembro de 1987, ainda na primavera, quando as primeiras delas começaram a aparecer. Assim que foram achadas as primeiras latas a notícia se espalhou por diferentes praias do Brasil e logo latas e latas de maconha, milhares, surgiram atraindo, por um lado, policiais interessados em apreender o conteúdo ilegal dos objetos, por outro, interessados no mesmo. Na época, circulou a informação que a "maconha enlatada" era de alta qualidade, isto é, de procedência garantida e com alto teor de THC, aumentando ainda mais a procura. Daí o surgimento da expressão "essa é da lata", usada ainda hoje para expressar maconhas de boa qualidade.
Era tanta lata aparecendo diariamente no literal carioca, paulista, capixaba e até catarinense que a Polícia Federal, que no início tinha dado ordem para os policiais apreender a mercadoria e, depois, remetê-la, ordenou que a maconha fosse incinerada imediatamente onde fosse apreendida. E foi um tal de policial queimar maconha nas praias que só quem viu pode contar, mas, infelizmente, ou felizmente, acredita-se que pelo menos metade das latas parou nas mãos de usuários e curiosos. Isso porque, em meados de Novembro, quando a história já tinha parado em todas as capas de jornais do Brasil, foram organizadas verdadeiras pescarias coletivas. Um homem foi flagrado (e preso) com nada menos do que 344 latas.
Na época, após algumas investigações chegou-se a origem da história toda. Supostamente, o navio "Solana Star", vindo de Singapura ao Brasil com um carregamento de mais de 20 toneladas de maconha enlatada, ao perceberem a aproximação de um barco da guarda costeira brasileira jogaram a sua preciosa mercadoria no mar. Todavia, apenas o cozinheiro foi encontrado, um americano chamado Stephen Skelton, que em primeira instância foi condenado a 20 anos de cadeia, mas acabou sendo libertado após um segundo julgamento.
Anos depois, o "Solana Star" foi leiloado e transformado no atuneiro Tunamar. Em sua primeira viagem na nova função, acabou naufragando próximo de Arraial do Cabo, distrito de Cabo Frio. Segundo alguns cultuadores da erva cannabis, teria sido isso uma maldição de Jah.
Texto de Rafael Gota
Administração Imagens Históricas
Foto: Livro "Verão da Lata"
Bibliografia:
AQUINO, Wilson. "Verão da Lata".
"O veneno da lata" começou em setembro de 1987, ainda na primavera, quando as primeiras delas começaram a aparecer. Assim que foram achadas as primeiras latas a notícia se espalhou por diferentes praias do Brasil e logo latas e latas de maconha, milhares, surgiram atraindo, por um lado, policiais interessados em apreender o conteúdo ilegal dos objetos, por outro, interessados no mesmo. Na época, circulou a informação que a "maconha enlatada" era de alta qualidade, isto é, de procedência garantida e com alto teor de THC, aumentando ainda mais a procura. Daí o surgimento da expressão "essa é da lata", usada ainda hoje para expressar maconhas de boa qualidade.
Era tanta lata aparecendo diariamente no literal carioca, paulista, capixaba e até catarinense que a Polícia Federal, que no início tinha dado ordem para os policiais apreender a mercadoria e, depois, remetê-la, ordenou que a maconha fosse incinerada imediatamente onde fosse apreendida. E foi um tal de policial queimar maconha nas praias que só quem viu pode contar, mas, infelizmente, ou felizmente, acredita-se que pelo menos metade das latas parou nas mãos de usuários e curiosos. Isso porque, em meados de Novembro, quando a história já tinha parado em todas as capas de jornais do Brasil, foram organizadas verdadeiras pescarias coletivas. Um homem foi flagrado (e preso) com nada menos do que 344 latas.
Na época, após algumas investigações chegou-se a origem da história toda. Supostamente, o navio "Solana Star", vindo de Singapura ao Brasil com um carregamento de mais de 20 toneladas de maconha enlatada, ao perceberem a aproximação de um barco da guarda costeira brasileira jogaram a sua preciosa mercadoria no mar. Todavia, apenas o cozinheiro foi encontrado, um americano chamado Stephen Skelton, que em primeira instância foi condenado a 20 anos de cadeia, mas acabou sendo libertado após um segundo julgamento.
Anos depois, o "Solana Star" foi leiloado e transformado no atuneiro Tunamar. Em sua primeira viagem na nova função, acabou naufragando próximo de Arraial do Cabo, distrito de Cabo Frio. Segundo alguns cultuadores da erva cannabis, teria sido isso uma maldição de Jah.
Texto de Rafael Gota
Administração Imagens Históricas
Foto: Livro "Verão da Lata"
Bibliografia:
AQUINO, Wilson. "Verão da Lata".
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