CONSUMO
Megalojas especializadas em bebês ganham espaço na capital
Tradicional marca Tip Top inaugurou um galpão de 600 metros quadrados no Morumbi
- O primeiro magazine da Tip Top, no Morumbi: investimento de 3 milhões de reais (Foto: Fernando Moraes)
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16.ago.2013 por Júlia Gouveia
No início do mês, a tradicional marca Tip Top, de roupas para bebês e crianças, inaugurou sua primeira megaloja, em um galpão de 600 metros quadrados, na Avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi. Com catálogo de 4 000 itens, que vão de fraldas a carrinhos, de mamadeiras a brinquedos, passando pelas peças de vestuário com a etiqueta da grife, o local é fruto de 3 milhões de reais em investimento e se propõe a oferecer em um só lugar praticamente tudo de que os pais de meninos e meninas de até 10 anos precisam.
Daniela Venancio, gerente comercial da marca: dez franquias até 2014
(Foto: Fernando Moraes)
É uma facilidade à qual os consumidores paulistanos estão cada vez mais acostumados, especialmente pela expansão da Alô Bebê, que estreou seus grandes magazines em 2005 e hoje conta com 20 unidades. A diferença é que, enquanto a pioneira tem apenas endereços próprios, a Tip Top aposta em um crescimento por meio de franquias, mesmo modelo adotado na rede de butiques de roupa infantil (cerca de setenta). “Queremos abrir dez dessas megastores antes do fim de 2014”, prevê Daniela Venancio, gerente comercial.
A matriz do Morumbi funcionará como piloto. A expectativa é atrair, por mês, aproximadamente 1 500 clientes e 1 milhão de reais em faturamento. “Falta concorrência nesse ramo”, defende David Bobrow, um dos sócios do grupo TDB, dono da empresa.
O mercado aquecido favorece a expansão. Só no estado de São Paulo, as indústrias e os importadores da área movimentaram 380 milhões de reais em 2011. Nos últimos dois anos, o mercado nacional cresceu cerca de 20%, segundo a Associação Brasileira de Produtos Infantis (Abrapur). A Bebê Mix, fundada em 2006, faturou 9 milhões de reais no ano passado.
Anelise e Theo na Alô Bebê: as listas de presentes para recém-nascidos são atração
(Foto: Fernando Moraes)
A última (e maior) das quatro filiais, todas também em parceria com franqueados,está em Santana desde agosto de 2012 e custou 2 milhões de reais. “A meta é promover duas inaugurações por ano”, relata o diretor Arthur Dib. Para 2014, o plano é ganhar mais uma unidade na capital e outra no interior, em cidade ainda não revelada. A Alô Bebê está olhando igualmente para além dos limites da metrópole. De seus vinte endereços, dezessete estão na Grande São Paulo e dois no interior. O ponto do Rio, criado em junho, foi o primeiro em outro estado, e o plano é diversificar cada vez mais o sotaque da clientela.
Para todas essas empresas, a ideia é priorizar o modelo que deu certo em São Paulo, em lojas de rua, com vagas próprias de garagem, longe da correria dos shoppings. Os preços, se não são propriamente pechinchas, mostram-se em geral competitivos na comparação com os de outros estabelecimentos. “Passei a só comprar fraldas na Alô Bebê, por custarem menos que em muitas farmácias”, diz a empresária Tatiana Ferreira, mãe de Erick, de 8 meses.
Tal modalidade de negócio em expansão também trouxe novidades à cultura de consumo, como a lista de presentes para recém-nascidos e aniversários. “Fiz a minha aqui por ser possível escolher todo tipo de produto”, conta a geógrafa Anelise Luzio, cliente da unidade da Vila Leopoldina, onde há cerca de 10 000 itens, entre eles uma série de carrinhos importados.
“O fato de alguns pais buscarem enxovais no exterior fez com que marcas internacionais ficassem conhecidas e aumentou o padrão de exigência”, constata Marlon Luft, gerente da feira Children Baby Maternity Expo. O evento, um dos maiores do mundo na área, chega a São Paulo pela primeira vez no dia 27, no Transamérica Expo Center. Mais um indício de que esse filão, assim como seu público alvo, ainda tem muito o que crescer.
(Foto: Arte)