Estudo do MIT - Massachusetts Institute of Technology, encontrou uma relação entre a aparência de diferentes bairros e seus índices de criminalidade e distribuição de renda

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O estudo pretende relacionar a impressão que se tem de determinados locais com estatísticas sobre criminalidade, renda, qualidade de vida e desigualdade.
Em 1921, um psiquiatra  chamado Hermann Rorschach descobriu que algumas manchas de tinta poderiam servir para avaliar os processos mentais de seus pacientes – ele acreditava que era possível entender a mente alheia de acordo com a interpretação que ela fazia de imagens aleatórias. Em 2013, alguns pesquisadores do MIT estão usando uma abordagem semelhante para entender as cidades, mas com fotografias do Google Street View em vez de manchas de tinta.
A equipe criou um site para saber o que as pessoas sentiam quando viam alguns bairros de diferentes cidades. Na página, os usuários comparam duas imagens do Street View respondendo a perguntas como “Qual lugar parece mais chato?” ou “Que lugar parece mais rico?”. Os resultados são diversos – o Rio de Janeiro, por exemplo, aparece como a cidade mais tediosa de todas, enquanto Londres é a mais animada e Cingapura a mais rica –, mas apontam para algo interessante.

JANELAS QUEBRADAS

A Teoria das Janelas Quebradas ( ou BWT – Broken Windows Theory, em inglês), consiste na noção de que a desordem de um ambiente (como janelas quebradas, lixo, calçadas rachadas e propagandas) abre caminho para a desordem social (como o crime). Os resultados obtidos na pesquisa apontam para um mesmo pensamento.
Os pesquisadores encontraram uma forte correlação entre a incidência de crimes violentos e as percepções de risco com base em sugestões visuais, ou seja, a opinião dos cliques. Eles afirmam que o panorama mais provável é que as pessoas passam a evitar bairros pouco atraentes, tornando-os menos movimentados e consequentemente mais inseguros.
O objetivo da pesquisa é mostrar o quão desiguais são as cidades do mundo todo, já que diferentes vizinhanças da mesma região podem receber julgamentos diversos. A próxima meta é, usando os dados coletados, criar um algoritmo que relacione dados como criminalidade, distribuição de renda e qualidade de vida com os respectivos locais com base apenas nas imagens do Google. Assim poderão ser analisadas anomalias típicas das cidades modernas, como a relação entre a gentrificação e mudança estética desses lugares.
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A pesquisa mostrou que cidades brasileiras como São Paulo, Belo horizonte e Rio de Janeiro foram avaliadas como as visualmente menos seguras. Os pesquisadores acreditam que isso pode estar relacionado com seus altos índices de criminalidade.