O Arnesto nos convidô...
Ernesto Paulelli nasceu em dezembro de 1914. Filho de um casal de
italianos que morava no Brás, em São Paulo, continuou residindo por ali
até seus oito anos, quando sua família se mudou para a Mooca, zona leste
de São Paulo.
Em 1938, com 23 anos, Ernesto tocava violão
(segundo ele, muito mal) pelos bares de São Paulo, e certo dia foi
convidado para participar de uma apresentação na Record, onde conheceu
Adoniran Barbosa, um músico não muito conhecido na época.
Três semanas depois, se reencontraram em um bar e, segundo o próprio Ernesto, em certo momento da conversa Adoniran perguntou:
- Você tem um cartão pra me dar?
Ernesto tira um cartão do bolso, o entrega, e Adoniran lê em voz alta:
- Arnesto Paulelli!
- Adoniran, eu sou E-rnesto. Não sou Arnesto.
- É AR-nes-to. E teu nome dá samba! Vou te fazer um samba. Você aduvida?
- Não, já não “aduvido” mais.
- Pode me cobrar o samba, Arnesto. Mas cartão eu não tenho pra te dar.
Ernesto não cobrou o samba, nem acreditava muito na ideia.
Surpresa foi quando, 17 anos depois, em 1955, Ernesto ouviu na rádio o que trouxe à mente a promessa que nem lembrava mais:
“O Arnesto nos convidô
Prum samba ele mora no Brás
Nóis fumo e não encontremos ninguém ...”
A música “Samba do Arnesto” foi sucesso nacional na voz dos Demônios da
Garoa, e dando a Ernesto Paulelli duas famas eternas: A de que ele se
chama Arnesto e de que seus convites são um tanto quanto questionáveis.
Segundo o próprio Ernesto, ele e Adoniran se encontraram algum tempo
depois do lançamento do samba, e ele logo questionou a história mal
contada:
- Ô Adoniran, você me meteu numa treta. Por que você foi colocar que eu te dei um bolo, rapaz?
- Arnesto, se não tivesse mancada não tinha samba. Segura essa pra mim!
Como recompensa, Ernesto foi presenteado por Adoniran com a partitura
001, a primeira impressa, de “Samba do Arnesto”. Adoniran ainda fez
dedicatória no presente:
“Ao acadêmico Ernesto Paulella, a quem
dediquei esta composição quando do seu lançamento, em 1955. Homenagem do
autor, Adoniran”.
Ao contrário do Arnesto da música, que
morava no Brás e que ‘assinava em cruz porque não sabia escrever’, o
senhor Ernesto mora na Mooca até hoje, decidiu retomar seus estudos aos
50 anos e se formou em Direito aos 60, trabalhando na profissão por mais
25 anos.
O senhor Ernesto, hoje com 98 anos, ainda garante
que nunca convidou ninguém pra um samba, mas se sente feliz e orgulhoso
por ter dado o cano mais histórico da musica brasileira.
Gio Zaneratto
Administração Imagens Históricas
Fonte:
- " “O Arnesto nos convidô prum samba, ele mora no Brás” " de Janaína Quitério.
<http:// www.revistabrasileiros.com.br/ 2008/11/19/ o-arnesto-nos-convido-prum-samb a-ele-mora-no-bras>
Foto: Estadão
O Arnesto nos convidô...
Ernesto Paulelli nasceu em dezembro de 1914. Filho de um casal de italianos que morava no Brás, em São Paulo, continuou residindo por ali até seus oito anos, quando sua família se mudou para a Mooca, zona leste de São Paulo.
Em 1938, com 23 anos, Ernesto tocava violão (segundo ele, muito mal) pelos bares de São Paulo, e certo dia foi convidado para participar de uma apresentação na Record, onde conheceu Adoniran Barbosa, um músico não muito conhecido na época.
Três semanas depois, se reencontraram em um bar e, segundo o próprio Ernesto, em certo momento da conversa Adoniran perguntou:
- Você tem um cartão pra me dar?
Ernesto tira um cartão do bolso, o entrega, e Adoniran lê em voz alta:
- Arnesto Paulelli!
- Adoniran, eu sou E-rnesto. Não sou Arnesto.
- É AR-nes-to. E teu nome dá samba! Vou te fazer um samba. Você aduvida?
- Não, já não “aduvido” mais.
- Pode me cobrar o samba, Arnesto. Mas cartão eu não tenho pra te dar.
Ernesto não cobrou o samba, nem acreditava muito na ideia.
Surpresa foi quando, 17 anos depois, em 1955, Ernesto ouviu na rádio o que trouxe à mente a promessa que nem lembrava mais:
“O Arnesto nos convidô
Prum samba ele mora no Brás
Nóis fumo e não encontremos ninguém ...”
A música “Samba do Arnesto” foi sucesso nacional na voz dos Demônios da Garoa, e dando a Ernesto Paulelli duas famas eternas: A de que ele se chama Arnesto e de que seus convites são um tanto quanto questionáveis.
Segundo o próprio Ernesto, ele e Adoniran se encontraram algum tempo depois do lançamento do samba, e ele logo questionou a história mal contada:
- Ô Adoniran, você me meteu numa treta. Por que você foi colocar que eu te dei um bolo, rapaz?
- Arnesto, se não tivesse mancada não tinha samba. Segura essa pra mim!
Como recompensa, Ernesto foi presenteado por Adoniran com a partitura 001, a primeira impressa, de “Samba do Arnesto”. Adoniran ainda fez dedicatória no presente:
“Ao acadêmico Ernesto Paulella, a quem dediquei esta composição quando do seu lançamento, em 1955. Homenagem do autor, Adoniran”.
Ao contrário do Arnesto da música, que morava no Brás e que ‘assinava em cruz porque não sabia escrever’, o senhor Ernesto mora na Mooca até hoje, decidiu retomar seus estudos aos 50 anos e se formou em Direito aos 60, trabalhando na profissão por mais 25 anos.
O senhor Ernesto, hoje com 98 anos, ainda garante que nunca convidou ninguém pra um samba, mas se sente feliz e orgulhoso por ter dado o cano mais histórico da musica brasileira.
Gio Zaneratto
Administração Imagens Históricas
Fonte:
- " “O Arnesto nos convidô prum samba, ele mora no Brás” " de Janaína Quitério.
<http:// www.revistabrasileiros.com.br/ 2008/11/19/ o-arnesto-nos-convido-prum-samb a-ele-mora-no-bras>
Foto: Estadão
Ernesto Paulelli nasceu em dezembro de 1914. Filho de um casal de italianos que morava no Brás, em São Paulo, continuou residindo por ali até seus oito anos, quando sua família se mudou para a Mooca, zona leste de São Paulo.
Em 1938, com 23 anos, Ernesto tocava violão (segundo ele, muito mal) pelos bares de São Paulo, e certo dia foi convidado para participar de uma apresentação na Record, onde conheceu Adoniran Barbosa, um músico não muito conhecido na época.
Três semanas depois, se reencontraram em um bar e, segundo o próprio Ernesto, em certo momento da conversa Adoniran perguntou:
- Você tem um cartão pra me dar?
Ernesto tira um cartão do bolso, o entrega, e Adoniran lê em voz alta:
- Arnesto Paulelli!
- Adoniran, eu sou E-rnesto. Não sou Arnesto.
- É AR-nes-to. E teu nome dá samba! Vou te fazer um samba. Você aduvida?
- Não, já não “aduvido” mais.
- Pode me cobrar o samba, Arnesto. Mas cartão eu não tenho pra te dar.
Ernesto não cobrou o samba, nem acreditava muito na ideia.
Surpresa foi quando, 17 anos depois, em 1955, Ernesto ouviu na rádio o que trouxe à mente a promessa que nem lembrava mais:
“O Arnesto nos convidô
Prum samba ele mora no Brás
Nóis fumo e não encontremos ninguém ...”
A música “Samba do Arnesto” foi sucesso nacional na voz dos Demônios da Garoa, e dando a Ernesto Paulelli duas famas eternas: A de que ele se chama Arnesto e de que seus convites são um tanto quanto questionáveis.
Segundo o próprio Ernesto, ele e Adoniran se encontraram algum tempo depois do lançamento do samba, e ele logo questionou a história mal contada:
- Ô Adoniran, você me meteu numa treta. Por que você foi colocar que eu te dei um bolo, rapaz?
- Arnesto, se não tivesse mancada não tinha samba. Segura essa pra mim!
Como recompensa, Ernesto foi presenteado por Adoniran com a partitura 001, a primeira impressa, de “Samba do Arnesto”. Adoniran ainda fez dedicatória no presente:
“Ao acadêmico Ernesto Paulella, a quem dediquei esta composição quando do seu lançamento, em 1955. Homenagem do autor, Adoniran”.
Ao contrário do Arnesto da música, que morava no Brás e que ‘assinava em cruz porque não sabia escrever’, o senhor Ernesto mora na Mooca até hoje, decidiu retomar seus estudos aos 50 anos e se formou em Direito aos 60, trabalhando na profissão por mais 25 anos.
O senhor Ernesto, hoje com 98 anos, ainda garante que nunca convidou ninguém pra um samba, mas se sente feliz e orgulhoso por ter dado o cano mais histórico da musica brasileira.
Gio Zaneratto
Administração Imagens Históricas
Fonte:
- " “O Arnesto nos convidô prum samba, ele mora no Brás” " de Janaína Quitério.
<http://
Foto: Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário