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segunda-feira, 27 de maio de 2013









A Gripe Espanhola – O Mundo Doente.

Enquanto as potências mundiais se digladiavam na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), um inimigo silencioso e ainda mais devastador surgiu: a gripe espanhola. O planeta foi arrebatado por um terrível surto de gripe que mataria mais que a Grande Guerra. Com o término desta e o consequente retorno de milhões de pessoas envolvidas para seus países de origem, a disseminação foi rápida e implacável. Estima-se que a avassaladora influenza tenha matado entre 30 e 100 milhões de pessoas.

Em tela, fotografia do hospital militar de emergência montado no Kansas, nos Estados Unidos, para tratar as vítimas locais da pandemia de gripe espanhola. O cenário de aflição encontraria milhares de "réplicas" por todo o globo.

A epidemia ocorreu entre 1918-1919 e percorreu os mais longínquos e aparentemente "isolados" lugares da Terra. Europa, América, Ásia, África e Oceania, nenhum continente saiu ileso. Vilarejos esquimós no Círculo Polar Ártico foram varridos. "Acampamentos aborígenes de lugares remotos da Austrália e em assentamentos nas selvas africanas e sul-americanas. Matou milhões de pessoas na Índia. Apareceu em navios em alto-mar. Sob o nome de gripe espanhola, matou mais pessoas que a Primeira Guerra Mundial".

A gripe infectou cerca de 500 milhões de pessoas. Os médicos encontravam dificuldade para diagnosticar os casos e a demanda ferozmente crescia. Embora a gripe em si tenha matado, a maioria das pessoas morreu de pneumonia severa desenvolvida a partir da gripe inicial.

O vírus atacou em duas ondas. Na primeira (primeira metade de 1918), teve efeitos "pequenos", mas, na segunda (final de 1918), depois de sofrer uma mutação, sua agressividade tornou-se perturbadora e a velocidade com que se alastrou e os estragos causados se mostraram sem equivalentes na história – nunca a guerra, catástrofe ou epidemia tinha feito tantas vítimas em tão pouco tempo. A gripe espanhola foi implacável e universal.

Não se sabe ao certo quando ocorreu o primeiro caso da gripe e menos ainda o número aproximado de vítimas fatais. Embora se acredite que alguns dos primeiros casos tenham ocorrido na Espanha, muitos pesquisadores acreditam que a doença tenha surgido nos EUA e irradiado para a Europa através dos soldados estadunidenses, que desembarcavam em números cada vez maiores.

Em fevereiro de 1918, a cidade de San Sebastián, na Espanha, foi infestada pela influenza e, diferentemente dos países envolvidos na Primeira Guerra que censuraram notícias relativas, as notícias sobre a doença foram amplamente divulgadas. Os países beligerantes na guerra não permitiram a divulgação da notícia tentando evitar o caos nas fileiras dos exércitos. Também há o fato de os governos sempre atribuirem o nome de doenças a outros Estados: "a moda de uns países atribuírem a outros a origem de doenças não é nova; quando a sífilis apareceu, na Idade Média, os franceses chamavam-na de 'mal napolitano', e os italianos de 'mal francês'."

Antes do desembarque do vírus no Brasil, sua marinha, que se encontrava empregada na guerra, já contabilizava altíssimo número de mortes. A gripe teria infectado 90% dos 1.500 tripulantes causando a morte de 125 marinheiros.

No Brasil, acredita-se que a o vírus tenha chegado por ocasião do navio inglês Demerara, que havia atracado em Recife e em Salvador ainda em 1918. O grande contingente migratório que o Brasil recebia também é apontado como grande causa do alastramento da gripe.

As causas que teriam favorecido o surto epidêmico ainda são confusas e parecem estar longe de serem apontadas de forma definitiva.


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Texto: Eudes Bezerra.
Administração Imagens Históricas.

Imagem: Hospital militar de emergência montado no Kansas (EUA) para tratar as vítimas locais da pandemia de gripe espanhola (National Museum of Health and Medicine, Armed Forces Institute of Pathology).

Referências:

BONALUME NETO. Ricardo. Gripe espanhola castigou Marinha do Brasil na Primeira Guerra. Disponível em: << http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1070396-gripe-espanhola-castigou-marinha-do-brasil-na-primeira-guerra.shtml >> Acesso em: 27 maio 2013.

BORGES, Jerry Carvalho. 1918, um ano funesto. Disponível em: << http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/por-dentro-das-celulas/1918-um-ano-funesto >>. Acesso em: 20 maio 2013.

Cruz Vermelha portuguesa. Factos & Números sobre desastres. Disponível em: << http://www.cruzvermelha.pt/como-ajudar/fundo-de-emergencia/391-factosnumerossobredesastres.html >>. Acesso em: 20 maio 2013.

PORTO, Fernando; CAMPOS, Paulo Fernando de Souza, OGUISSO, Taka. Cruz Vermelha Brasileira (filial São Paulo) na imprensa (1916-1930). Disponível em: << http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452009000300006&script=sci_arttext >> Acesso em 20 maio 2013.

SCLIAR, Moacyr. A fúria da gripe espanhola. Disponível em: << http://aprendendohistoriajuntos.blogspot.com.br/2011/03/furia-da-gripe-espanhola.html >>. Acesso em: 20 maio 2013.

SEED. Gripe: O Vírus Comum que Pode Matar: A Pandemia de Gripe Espanhola de 1918. Disponível em: << http://www.planetseed.com/pt-br/relatedarticle/gripe-pandemia-de-gripe-espanhola-de-1918 >>. Acesso em: 20 maio 2013.




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